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É com uma grande alegria que eu apresento pra vocês mais um projeto incrível que venho pensando e matutando por um tempo, TTUM – Toda Terça uma Mina, é um projeto criado por mim, sua consultora de estilo Clara Rocha, com o intuito da gente ampliar nossa conversa sobre estilo, moda, comportamento, aceitação e vários outros papos que podemos ter quando estamos reunidas com amigas.


Minha principal ideia é trazer mulheres que possam trazer debates para esse espaço que criei na internet, muitas delas são amigas íntimas, outras são pessoas que acompanho e admiro durante MUITO tempo na internet. Nem sempre será uma entrevista, mas em todas as vezes serão ideias que nos permitem transbordar, crescer, repensar e mais importante entendermos as diferentes narrativas e processos de aceitação, estilo e etc. Desde que comecei a pensar esse novo site, esse novo espaço, sempre estive certa que gostaria de trazer outras mulheres para que elas contassem suas narrativas, para que elas pudessem contar para a gente suas experiências com o desenvolvimento dos seus estilos, suas descobertas, aquilo que acolhe, que talvez seja incômodo, tudo que está muito aquém de ser só a minha experiência e vivência.


Agora toda terça-feira (meu dia favorito da semana) vamos ter um papo inspirador por aqui. Posso contar com vocês ? Aceito desde já sugestões de temas, perfis que vocês gostem e te ajudam a repensar moda, estilo, entre outras coisas aqui nos comentários.


Quer saber mais sobre o projeto ? Têm um vídeo super envergonhado que fiz para o meu IGTV, mas com muito amor para explicar mais :


TTUM – toda terça uma mina.

01. Como desenvolver o estilo pessoal inspirado na moda coreana com @pamrej

Clara : Pam, primeiramente queria agradecer você ter aceitado o meu convite para esse novo projeto chamado TTUM (toda terça uma mina) para falarmos de moda de uma perspectiva que traga a realidade que vivemos e vivenciamos em diferentes regiões do Brasil, nesse caso, especificamente no Rio de Janeiro. Antes de mais nada, gostaria que você se apresentasse um pouco para as pessoas que não te conhecem ainda.


Pam : Então gente, me chamo pâmela, sou de são luis ma, mas moro no RJ a 5 anos, casada a sete anos com um baby de quatro aninhos e MUITO FELIZ – meu user no insta é @pamrej tenho 31 anos! No momento minha ocupação é mãe em tempo integral, risos.

Bom, sobre gostos, vou falar dois em específico, escutar músicas (coreanas de preferência), tô numa vibe bem kindie, que é música indie coreana e, doramas (que são séries asiáticas) meu sonho é ir morar na coreia do sul, (brincadeira) rs’. Eu tenho tantos sonhos, mas vou citar apenas um se não esse assunto iria render dias e dias, meu maior sonho é conseguir completar todo meu guarda roupa com peças que ainda faltam, sendo elas de brechó!

Porque hoje apenas 80% são do consumo de mesmo, minha meta é tornar isso 100%.



Clara: Quando criança eu percebi logo que meu gosto para roupas era muito diferente, do que as outras pessoas esperavam que fosse (como minha mãe, minha primeira consultora de estilo, já diria Thaís Farage) e embora ela tenha tido feito escolhas para mim na infância que talvez eu não gostasse muito, assim que tive um pouco mais de autonomia para escolher minhas próprias roupas, percebi que eu gostava de fazê-las, percebi que a autonomia de escolher as roupas me caia muito bem. Você lembra qual foi a primeira vez que você se viu realmente de uma forma que você gostaria de se vestir, que não fosse para agradar a uma expectativa das outras pessoas ? Você sempre gostou de moda ou teve algum tipo de acontecimento que poderia ter te influenciado a se sentir mais atraída por esse universo ?


Pam : Diferente de ti eu não tive influência nenhuma na infância, as pessoas se vestiam de acordo com as modas dos anos e meus pais apenas me vestiam assim, também nunca me vesti de um certo modo pra agradar ninguém, uma coisa que sempre percebi foi que fui e sou muito reservada, nunca gostei de andar mostrando a barriga (nada contra quem mostra, isso é minha experiência), eu nunca me senti confortável, faz parte de mim isso. Pode mudar ? sim! mas até agora sigo na mesma vibe.

Eu nem sempre gostei de moda, até porque eu não tinha muito tempo pra pensar em mim, estava ocupada com problemas muito graves na família, como eu disse eu só seguia vivendo mesmo, comprando coisas aleatórias, lá pros meus 20 anos, já trabalhava e comprava compulsivamente roupas de todo jeito e algumas que nem usava, nunca usei! Apenas comprava e como em são luis MA os brechós não eram bem visto – todos associavam a coisas velhas e, quando ouvíamos falar de um os brechós os valores eram exorbitantes! Acabou que eu também nunca me interessei, mas isso mudou quando, com 22 anos eu comecei a trabalhar em um brechó! Lá comecei a ver roupas com qualidades, com um valor bom, não tão bom quanto as roupas de 2$ que compro hoje em dia, né? Mas eram legais, tínhamos vários clientes.

Logo sai desse brechó e, anos passaram e eu realmente me interessei pelo ramo aqui no Rio de Janeiro, já que temos inúmeros brechós, só que meu estilo mesmo esse (vintage, coreaninha) rs’ começou em 2017 quando conheci os doramas e as minhas lindas meninas asiáticas, que são minhas maiores referências e inspirações, não só de looks, mas até de me aceitar, me olhar com mais amor, pra me sentir feliz com meu corpo! Eu sempre tive complexo por ser muito magra, mas depois de conhecer elas, isso mudou muito! graças a Deus hoje em dia eu me amo muito e amo meu estilo e estou sempre buscando aperfeiçoar.

Clara : Para quem não te conhece a fundo, seu estilo com referências na moda coreana pode ser muito diferente do que estamos habituadas a vestir aqui no Brasil. Como foi esse processo de começar a entender as referências que você tinha e têm de moda coreana e adaptá-las para uma realidade muito usável no Brasil, tendo em vista que até o clima dos dois lugares são diferentes ? Você pode nos contar um pouco mais sobre como a moda coreana influência no seu estilo ?


Pam : Bom, no geral eu gosto e tenho uma paleta (branco, cinza, preto) com essa base e vendo os doramas, fui prestando atenção nos looks que eles no geral usam, então quando ia nos brechós, eu comecei a prestar mais atenção em peças mais neutras, no começo adaptei roupas de manga longa e fechadinha até o pescoço pra ficar alinhada, mas logo percebi que aqui só no inverno e olhe lá, que dá pra andar assim, pois até no inverno faz calor rs’ então, geralmente eu uso as saias estilo colegial, e camisas, por dentro, com tênis e meia! Em casa é onde uso mais as roupas apenas pra fazer fotos, só faço as fotos e logo tiro!

Mas mesmo assim quando saio eu consigo me expressar no meu estilo! Porque uso peças mais leves, voltando ao ponto do clima, no inverno eu consigo andar um pouco mais elaborada quando pego ônibus com ar, entro no shopping com ar e na volta a mesma coisa, fora isso eu não consigo usar 100% meus looks, infelizmente.

Clara : Uma das coisas que eu mais recebo mensagem é sobre não conseguir encontrar roupas no “meu” estilo em brechó/bazar e você mesmo dentro de um padrão de beleza que nos permite mais acesso é uma das mulheres que eu vejo que se mantém super fiel ao seu estilo. Mesmo tendo um estilo inspirado no K-style você consegue encontrar peças muito legais e dentro do seu próprio estilo em brechó/bazar. Você acha que esse é um processo fácil ? Pode nos contar um pouco como você consegue permanecer fiel às suas escolhas de estilo dentro dos garimpos de brechó/bazar ?


Pam : Ao meu ver, não é uma coisa fácil! Precisa de paciência, algumas peças compradas erradas, pra poder se encontrar, é um processo de autoconhecimento! O que deu certo pra mim foi a questão da paleta, no começo eu só comprava peças que eu sabia que iriam ser coringas, (preto, branco, cinza) que aí combina com tudo né ?

Depois fui me arriscando em outras, só que eu sigo na mesma pegada, eu gosto de blusas com botões, se vejo uma preta e uma mais bege eu vou comprar a bege porque a preta eu já tenho! É só sair de casa lembrando ou com fotos das peças que você já tem e tentar algo parecido, até ter autonomia pra arriscar outras e, isso é individual de cada pessoa, porque como é um processo, cada um tem seu tempo.

Clara : O que faz com que você realmente se sinta atraída por uma peça de roupa quando você vai ao brechó/ bazar ? Como que você faz suas escolhas ? Têm alguma lista de desejos ? Pode nos contar um pouco mais sobre isso ?

Pam : Minha lista de desejos é enorme, têm tantas peças que quero, mas ainda não dei a sorte de encontrar, tururu! Pra ser bem sincera o que me atrai em uma roupa é o modelo dela, eu amo blusas mais fechadinhas, então meu olho sempre bate nessas, seguido das de alças, pra fazer a sobreposição, lá mesmo eu já faço isso, vou olhando as de alça e colocando por cima das mais fechadas e vendo qual melhor combinação eu gosto!

Pra vestidos eu prefiro os de alça, mas também ainda não encontrei um legal, os que encontro social em casa pra dormir, são fofos mas só pra ficar em casa! As (bermudas, calças) os brechós que vou infelizmente não tem com cós alto, e eu não uso peças com cós baixo!

Uma vez comprei uma calça tam 44, cortei, costurei na mão e fiz um shorts jeans tam 38 que até hoje tenho e amo muito, foi o único jeito de ter rs.

Minhas escolhas são com base no que eu não tenho! Esses dias mesmo, eu fui em um brechó, do lado da minha casa olhei uma blusa de gola alta e manga comprida, já virou a minha blusa, porque não tinha nenhuma, já é uma a mais pro meu guarda roupa e, todas as peças que eu compro (que são poucas) eu uso todas.

Clara : Eu sei o quão importante é para uma mulher ter referências reais de outras mulheres para que a gente se sinta mais confortável dentro de nosso próprio estilo.

Inspiração é sempre uma coisa que nos motiva a experimentar coisas novas, têm alguma pessoa que você mantém como inspiração para que você continue montando looks inspirados na moda coreana ? Quais são suas inspirações que motivam você a querer cada vez mais se exercitar a usar looks que façam com que você se sinta bem ?

Pam : Minhas únicas referências são as coreanas! Eu sigo alguns perfis aleatórios de coreanas, chinesas, no geral são as duas! E eu ainda vejo muita, mas MUITA coisa no pinterest também, na busca coloco moda coreana, eu até criei uma pasta lá pra se tornar mais fácil.



Clara : Se você pudesse dar uma dica para pessoas que se sentem fortemente atraídas pela moda coreana ou querem começar a comprar roupas em brechó/bazar e nem sabem por onde começar, o que você diria de dica para elas ?

Pam : Duas coisas: busquem referências, o pinterest é o melhor site pra isso! Se você não tem uma conta, por favor crie uma! eu garanto que vai valer a pena.

Outra coisa é: defina uma paleta de cores e, se preciso for, compre só peças nesses tons até você se sentir confiante pra investir em outras peças!

Mas por favor, comecem, tentem, peçam ajuda a quem tem algo a acrescentar, busquem inspirações, mas não desistam e nem liguem pra opinião dos outros, sempre vai ter alguém olhando torto, é normal em tudo na vida, como diz meu esposo pra mim, “se tu quer ter estilo, mantém teu look” by uziel, risos.



Eu desejei muito poder trazer a Pam aqui para essa primeira entrevista, porque ela têm um armário super editado. Seu desenvolvimento do estilo pessoal e de sua aceitação se transformou muito quando ela entendeu e buscou acolher o que mais gostava : moda coreana.

Nossos processos nem sempre são fáceis e óbvios, cada pessoa têm a sua própria narrativa, seu próprio desenvolvimento. É sempre muito importante a gente estar atenta ao que nos faz sentido. E, nesse caso a pam, que veio do nordeste para a zona norte do rio de janeiro, encontrou na cultura coreana e no estilo coreano um resgate com a sua essência. Foi através dessas referências que ela passou a gostar mais dela mesma e pôde desenvolver seu estilo pessoal inspirado na moda coreana e com peças garimpadas de brechó.

É muito incrível quando a gente se respeita e sabe como a gente quer se sentir. Eu sempre repito isso para todas que me mandam mensagem para falar sobre estilo pessoal “É sobre como você quer se sentir, pode até não fazer sentido para os outros, mas se transborda a sua essência, o faça de propósito e com propósito.”


D I Q U I N H A S –

  1. Viu alguma referência no instagram ou no pinterest de algum look que chamou sua atenção, se pergunte : O que eu gostei nessa imagem ? Por que eu gostei ? O que têm nela ? Quais os tecidos ? Quais cores estão nesse tecido ? Etc.
  2. Salve a referência e tente aplicar de uma forma que faça sentido para você. Muitas vezes a questão da gente se inspirar em um estilo, imagem é que a gente entende como inspiração, fazer exatamente igual o que está na imagem, não é sobre isso. É a idéia que é o importante. A atitude. O que vai além. O que você quer comunicar.
  3. Quer começar a arriscar em um estilo, nesse caso no estilo coreano e não sabe nem por onde começar! Calma! Primeiro de tudo, entenda o que faz sentido para a sua rotina, depois busque as referências certas, por fim, comece aos poucos, introduza uma coisa de cada vez no seu armário, aos pouquinhos. Vai de pouquinho em pouquinho, comece com pessoas que estão na sua rede de apoio, e que você sabe que vão te acolher. Passos de formiguinhas, também são passos, ok ?
  4. Me contrate que eu te ajudo. 🙂

É isso meus amores!

Espero muito que vocês tenham gostado desse bate-papo, se quiserem marquem o @ de alguém que vocês acham que têm tudo a ver com esse novo projeto, indiquem, compartilhem e claro, comentem aqui embaixo a experiência de vocês.

com amor,
sua consultora de estilo
Clara rocha.

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